Esporte,Fisiologia do exercício,Futebol,Preparação Física,Treinamento de velocidade FUTEBOL DE CAMPO: AUMENTAR SUA VELOCIDADE MÁXIMA VAI MELHORAR SUA RESISTÊNCIA!

FUTEBOL DE CAMPO: AUMENTAR SUA VELOCIDADE MÁXIMA VAI MELHORAR SUA RESISTÊNCIA!

É com você mesmo que eu estou falando, JOGADÔ. Toda vez que eu falo nas minhas mídias sociais  que treinar resistência sem treinar velocidade máxima é besteira, ouço vários comentários do tipo:

  • “Ain, como eu vou aguentar o jogo todo?”
  • “Não vai aguentar nem os primeiros quinze minutos”
  • “Tem lateral que corre 497km por jogo”
  • “Olha fulano, ele não era rápido, mas jogava muito”

Vocês pediram, aí vai. Uma aula de como esses argumentos não auxiliam no desenvolvimento dos atletas. Felizmente, os dias de ficar dando voltas e voltas no campo acabaram. Pelo menos no nível profissional, os preparadores estão mais preocupados com qualidade de movimento, potência e velocidade, níveis de força E TAMBÉM RESISTÊNCIA (se o esquema tático e a posição pedirem).

Infelizmente, a evolução da informação sobre preparação física chega mais lenta aos atletas amadores. É com esse público que estamos falando. Veja só. Futebol hoje é um esporte de dominação e recuperação de espaço. Ou seja, quem ocupa e chega primeiro em determinado ponto. Pense em um contra-ataque, em um zagueiro diminuindo a distância, ou um ponta arrancando contra um lateral. Não, eu não estou excluindo o Tiki-taka Espanhol, nem a elegância do Messi com a bola nos pés. Inteligência tática e técnica nunca vão deixar de existir. Mas hoje, a dominância física é muito importante. E olha só o exemplo do Cristiano Ronaldo. Ele não nasceu com a habilidade do Gaúcho, mas através de intensa e inteligente preparação física, pôde apresentar o que tinha de melhor para o futebol.

Se o jogo é diminuir e ocupar distâncias, concorda comigo que aquele que consegue fazer isso mais rápido têm maior chance de atingir êxito na tarefa? Como fazer mais rápido? Aumentando sua velocidade! É bem simples. Aumente sua velocidade máxima e chegue antes onde quiser. Pense em um lateral contra um ponta esquerda. De que adianta o lateral aguentar correr 10km sem parar, se tudo o que o ponta precisa é ganhar duas arrancadas para vencer o jogo? O lateral vai ficar correndo ATRÁS dele o jogo todo.

E é aí que entra o quebra-cabeças de que aumentar sua velocidade máxima vai aumentar sua resistência. Pense no exemplo acima. Digamos que a velocidade máxima do lateral é de 25km/h, e a do ponta é de 32km/h. Quando analisamos os dados do jogo, vemos que toda vez que os dois disputaram algo, foi em uma velocidade média de 23km/h. Isso tornou o jogo muito mais cansativo pro lateral, que jogou o jogo todo próximo da sua velocidade máxima (+90%), mas nada cansativo pro ponta que disputou bem longe do seu máximo (+/- 70%). Essa disputa significou muito mais desgaste ao lateral durante a partida toda, exigindo maior recuperação e aumentando a chance de lesão. Lembrando que esses números são médias, o ponta provavelmente deitou no lateral o jogo todo.

Agora imagine esse lateral treinando para aumentar sua velocidade máxima, e em três meses indo de 25 para 30km/h. O quanto ele vai se desgastar jogando contra o ponta? Ele para de correr ATRÁS, e começa a dominar o espaço, bate de frente. Agora, 23km/h para ele não são nada, e consequentemente ele consegue jogar a maior parte do jogo com uma performance maior, sem se desgastar tanto. É a velocidade máxima contribuindo para a resistência. 

Imagine também que agora a sua corrida em velocidade está mais eficiente. Você consegue correr em velocidades maiores, o que significa que seu corpo consegue fazer isso de uma maneira melhor. Sistemas eficientes gastam menos energia em determinada tarefa do que sistemas ineficientes na mesma tarefa. Isso contribui para sua resistência, já que você gasta menos energia para se deslocar em campo.

Não somente isso, mas treinar para velocidade máxima vai adaptar todo o seu corpo (sistema nervoso, tendões, músculos, articulações) para o trabalho de velocidade máxima. Olhe por exemplo a rosca nórdica, um exercício que ficou famoso por fortalecer a musculatura posterior da coxa e supostamente diminuir as chances de lesão em trabalhos de velocidade máxima. O problema aqui é que essa musculatura posterior está sendo desenvolvida em condições de velocidade, ângulo, forças e tipo de contração muito diferente do que acontece em um tiro de velocidade máxima. O seu corpo se adapta de acordo com a demanda que você coloca nele. No campo, ninguém está apoiado em uma máquina fazendo força, mas sim com o posterior se movendo a velocidades altíssimas em ciclos rápidos e diferenciados. Não é para parar de fazer a musculação, mas entender que a adaptação não é igual, e se você quer prevenir lesão em sprints, é preciso começar a treinar sprints.

Claro que, ainda é necessário treinar resistência, mas uma resistência diferente. Agora você está mais rápido. Agora você tem uma quinta marcha e sabe utilizá-la. Está gastando menos gasolina. Mas antes de continuar, preciso deixar bem claro uma coisa. Nos comentários das minhas publicações, a galera reclama que não adianta ser rápido, ficar correndo 15 minutos e morrer no resto do jogo. Futebol não é jogado assim. A não ser que seu técnico tenha desenhado que naquele jogo especificamente vocês vão começar colocando uma pressão absurda, ninguém fica correndo 15 minutos sem parar em velocidade máxima. Assim sendo (e isso claro, depende da posição e da situação de jogo), os atletas revezam entre momentos de deslocamento máximo (um contra-ataque ou um “bote” de zagueiro) e trotes/caminhadas. Então, não precisamos desenvolver resistência em uma corrida de 15 minutos sem parar. Mas sim uma RESISTÊNCIA À VELOCIDADE. Ou seja, ser capaz de dar um tiro a 90% do seu máximo, e dali 45 segundos realizar outro na mesma intensidade, e dali outros 45 segundos, outro tiro, e assim vai.

E é aqui que a diferença entre posições e esquemas táticos entram em cena. É quando o preparador físico ouve o técnico para entender o que ele quer dos atletas fisicamente esse ano, mas o técnico também ouve o preparador físico quando esse diz que os atletas precisam ficar rápidos antes de ganharem resistência.

O futebol não está mudando, ele já mudou. Para se manter à frente é preciso ser rápido. 

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